O olhar é muito mais do que função fisiológica. É uma linguagem forte. É um universo carregado de sentido. É condensação do mistério do homem. Relata o destino de muita gente. Provoca alterações decisivas na vida. Como você quer olhar?

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Até que o quê?

Sempre no fim da tarde ela passava pela rua do quartel, no mesmo horário estava ele, o garoto da pele dourada pelo sol e com olhar de sorriso amarelo.
Ela atendia por Radha e andava com o molejo que seduzia toda uma avenida.
Chamavam ele como se chama um artista. Rogê era assim que rogavam por ele.
O artista era garçom e a sedutora da Penha dançava na doceria.
O garçom dourado do bairro e a turista dona do rebolado. Pedido vai, pedido vem até que...
Phelipe Lopes

Ele e Eu

Enquanto eu gritava e batia, ele me acariciava falando coisas românticas.
Quando eu resolvi parar de ouvi-lo lá estava ele sentado a beira da cama esperando meu tempo chegar.
Eu chegava em casa afim de brigar e ele cantava musicas do nosso casamento.
Ele chorava e eu ria.
Eu delicada como um casal de elefantes transando na cristaleira e ele rude como o posar de um cisne.
Ele pedi paz e eu quero que o mundo se acabe enquanto nos amamos.
Phelipe Lopes

domingo, 24 de julho de 2011

Mundo Virgem

o meu mundo virgem.
hoje sou virgem de um tudo.
virgem de pular de paraquedas,
virgem de cantar no barzinho da esquina,
virgem de toda uma vida.
não me entendo nesse mundo de primeiras vezes.
me pego agora consiente e plena com minha decisão.
acho que deixarei de ser vurgem-suícida nessa vida de virgindade.
será que vai sangrar?
pensando bem é melhor eu continuar uma suícida-virgem.
em meio a toda essa virgindade eu só não sou virgem de virgindade.
phelipe lopes

domingo, 17 de julho de 2011

Sentimentos de Liquidificador.

Hoje me ponho diferente, não te convidarei para o tango de todo o sempre.
Continuarei com o whisky e o guaraná.
Traga-me mais uma taça de vinho, minha garrafa já acabou.
“Pra que serve o amor? – Disse Macabéia.” Agora eu digo, não quero mais pensar no amanha. Só ser feliz, não quero conviver com a angustia da síndrome do membro fantasma.
Hoje quero apenas menos para ser mais.
Menos preocupação e mais amor.
Não quero desesperar.
Não ficarei esperando eternamente.
Nem tampouco (des)esperarei.
Viverei um dia por vez, sem medos e sem certezas firmadas no fundo de um copo de vodka.
Se o coração pensasse ele pararia de bater.
Phelipe Lopes

Bebendo a Praia.

Hoje te vejo na praia com boné militar e aquele jeito de me amar.
Olho para as ondas, elas vem e vão.
Me dá uma cerveja pra eu aguentar a maré que vem.
Sob o sol a felicidade se bronzeia e aos poucos desbota.
Um trago no cigarro e mais um gole no whisky quente.
Ao baixar a maré eles são dois, e no sol poente o erro é corrigido e novamente tornam-se um só.
Na fogueira ao luar tomo mais uma taça de vinho.
No verão o paraíso ensolarado transmuta-se até transformar-se num inferno.
Beber a nostalgia que vem do copo de cachaça que tiram do pote de barro.
Phelipe Lopes.

Jóia Negra.


Hoje quero que me pegue.
Deixe-me na sarjeta.
Entre no meu corpo e faça-me sentir mulher.
Beije meu pescoço e tire a bermuda.
Ponha um brilhante em meu dedo, como uma jóia falsa.
Deixe-me rasgada.
Acaricie meu corpo como os ventos que vem do leste.
Tire seus olhos de açougueiro do meu corpo de rosa negra.
Phelipe Lopes.

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Perfume da Noite

Hoje irei exalar meu perfume, é assim que uma dama da noite faz.
Não sei se poderia viver com um homem apenas.Busco em todos aquele que idealizo.Não convivo, não concerto defeitos, nem pego suas toalhas molhadas na cama, eu deixo pra você as pegue.
Sou a rainha não apenas da sua cama e sim de todas elas.
Meu nome?
Qual você gosta? Me dê aquele que  gostar, pois estou aqui para ser servida ao te servir.
É assim que vivo sem rotinas nem dores de cabeça inventadas meio a chateação do decorrer dos dias.
As damas da noite vivem assim. Como rainhas que exalam seus encantos logo após o cair da noite.
Phelipe Lopes 

sábado, 2 de julho de 2011

No fundo da taça de Vinho.

Hoje te trago um amor, amor que não foi pedido nem escolhi tê-lo, amor puro e sem repetições, sem medos e amarguras.
Fugi dele como nunca vi igual, como nunca mais farei. Hoje fico debaixo da ponte cantando esperando que meu amor chegue aos seus ouvidos.
Darei-te um banho de pétalas brancas para que elas peguem um pouco do teu perfume.
Senti o teu coração perfeito batendo num peito aprumado e isso doe, pois meu coração bate desregulado em um seio farto que espera por seus toques.
Corpos que criam labaredas quando se aproximam não deveriam ser separados.
O por do sol sem sua presença fica como lua sem namorados para contemplá-la, venha ao meu lado para que os raios possam se libertar. Eu quero ver o por do sol lindo como ele só fica refletido nos seus olhos.
Esquece os medos sendo eles meus ou teus e olha pra o que faremos. Não vamos deixar de fazer tudo de novo.
Nem louco ariscaria falar sobre o nosso amor, pois só que amou vai entender o que estamos fazendo e o que iremos fazer (ou não).
Phelipe Lopes